A ineficiência da logística no Brasil.

6 01 2013

O jornal da Globo em sua edição de 29 de outubro de 2012, divulgou uma matéria sobre a ineficiência da logística no Brasil, segundo a reportagem são vários fatores que tornam nosso pais ineficiente no campo da exportação, e com isso o pais deixa de arrecadar mais de 83 bilhões de dólares por ano.

Segundo a matéria, a pesquisa da fundação Dom Cabral, aponta as más condições das estradas, como a grande vilã para o aumento dos custos das empresas nas atividades logísticas.

As estradas esburacadas reduzem a vida útil de um caminhão no Brasil para 13 anos, sendo que nos estados unidos esse número é de 20 anos. Isso gera custos que são repassados para o consumidor final, deixando as empresas menos competitivas.

Outros fatores que contribuem para o não crescimento e desenvolvimento do pais na área do comercio exterior, e o famoso custo Brasil, as altas taxas de juros que os exportadores pagam para embarcar seus produtos, acompanhado dos processos burocráticos que se estabeleceram em nossos portos e aeroportos.

O gráfico abaixo mostra a posição que se encontra o Brasil com relação aos demais países que são considerados países emergente. Comparando o custo para exportar um contêiner, incluindo a preparação de documentos e o transporte em si, o Brasil aparece mal posicionado, inclusive quando comparado aos outros emergentes.

Segundo a pesquisa, os custos logísticos que nossas empresas pagam para a distribuição de seus produtos giram em torno de 12% com relação ao nosso PIB (produto interno Bruto), considerado um valor muito alto levando em consideração os custos que as empresas americanas pagam para distribuir seus produtos, 8% do seu PIP.

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Outras variáveis negativas para as empresas brasileiras é a ineficiência dos nossos modais de transportes, a falta de estruturas no processo de escoamento de suas produções encarece muito o produto na sua origem final. Estradas em condições precárias, ferrovias que não chegam a lugar nenhum, falta de transportes de cabotagem interligando nossos portos internamente barateando os custos logísticos, tudo isso contribui para Encarecer o produto, principalmente quando ele é distribuído para os mais distantes pontos da demanda.

Além de tudo isso, as empresas ainda enfrentam o problema do trânsito das grandes cidades, por exemplo, a restrição de caminhão na cidade de são Paulo durante o dia, força as empresas a se reestruturarem, e criarem estratégias para a distribuição de seus produtos sem custos adicionais para o consumidor final.

http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/10/ineficiencia-de-logistica-custa-mais-de-us-80-bilhoes-por-ano-no-brasil.html

Durante o tempo do meu curso de logística na universidade cruzeiro do sul, tive a oportunidade de estudar com vários professores mestres, alguns especialistas na área, que já apontavam essas questões como paradoxo que no futuro próximo se tornaria um gargalo para as empresas.

O professor doutor João Luiz, a matéria administrada pelo mesmo foi estratégica em logística, ele já levantava essa questão da estrutura que a logística enfrenta hoje no Brasil. Além da falta de conservação das estradas, ele apontava o problema dos nossos modais de transportes ultrapassados como fatores negativos para nosso desenvolvimento. A falta de ferrovias, hidrovias, e transporte de cabotagem como fatores negativos para o pais nos processos logísticos.

Outro professor: que administrou a disciplina Estratégia em transporte, já apontava a questão da restrição da circulação de caminhão no centro de São Paulo como pontos negativos para as empresas.

Segundo especialistas na área, afirmam que a circulação de veículos no horário noturno, para fazer a distribuição dos produtos nos fornecedores do centro, nos locais de restrições, aumenta os custos logísticos das empresas, os adicionais noturnos pagos para funcionários que trabalham a noite, aumento do risco, custos com segurança, porem algumas empresas dispõem de serviços de segurança que acompanham o veiculo em seu trajeto no decorrer das entregas, tudo isso contribui para encarecer o produto no seu ponto final.

O professor, que administrou a disciplina comércio exterior, também discutiu muito os processos e políticas adotados pelo setor publico para exportação e importação, os exportadores enfrentam grandes dificuldades quando resolvem expandir seus negócios, saindo do mercado interno, para entrar no mercado internacional.

Problemas como: a distância entre o produto e o porto, rodovias precárias, falta de opções em modais de transportes, pedágios caros, enormes filas e demora no descarregamento dos produtos, portos sem estruturas, profissionais mal preparados, burocracia nos serviços de legalização da carga, altas taxas de juros. Tudo isso contribui para nossa falência.

Texto enviado por Antonio Ananias de Sousa





Matéria sobre roubo de cargas no país

17 06 2011

Escoltas armadas, equipamentos de última geração e segurança reforçada: nada disso impede o aumento do roubo de cargas no Brasil. A maior parte desses roubos acontece em São Paulo e nas proximidades da cidade. As rodovias mais perigosas são a Régis Bittencourt e a Anhanguera. Os criminosos procuram principalmente cargas de alimentos, eletroeletrônicos e remédios. Para atacar, eles chegam a se disfarçar de policiais. Quem carrega a riqueza do país convive com a insegurança.

“Já fui assaltado. No meio do movimento, o cara chegou e meteu o cano. O sinal fechou, o cara chegou em cima e colocou o revólver”, lembra o caminhoneiro Jorge Luis Carvalho da Silva.

“Não tem segurança mais, a gente sai de casa e não sabe se vai voltar”, lamenta outro caminhoneiro.

“Está perigoso a qualquer momento. Você está sujeito a ser assaltado”, reforça um homem.

Ao todo, 53% dos roubos de cargas do país acontecem no estado de São Paulo e 21% no Rio de Janeiro. Em 2010, o prejuízo dos empresários paulistas e das seguradoras chegou a R$ 280 milhões. Em 2011, já é de R$ 68 milhões. Quanto mais valiosa a carga, maior o risco de ser atacado.

“Uma quantidade grande de laptops que foram roubadas, ou de linha branca, onde vão parar esses produtos? Só pode ser para o comercio formal. Alguém está ganhando com isso, por isso a ideia da cassação, que já acontece com aqueles postos de gasolina que vendem combustível batizados. Eles acabam perdendo o direito de comercializar”, explica Adauto Bentivegna Filho, diretor executivo do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo.

As transportadoras calculam que gastam até 15% do faturamento em escoltas, equipamentos e seguros. Mas nada disso tem impedido a ação dos ladrões. No primeiro trimestre, no estado de São Paulo, foram registrados quase 1,8 mil roubos.

O risco de assalto é maior quando o caminhão circula na capital, onde ocorrem 60% dos roubos de carga do estado. Muitas vezes, os bandidos se disfarçam de policiais.

Nos últimos dias, duas quadrilhas foram presas. Tinham armamento pesado.

“Os roubos são concentrados em uma área de 100 a 150 quilômetros da capital. Eles agem em quadrilhas de pelo menos quatro pessoas fortemente armadas. Agem nas proximidades de regiões mais populosas, porque isso facilita a distribuição da mercadoria”, aponta o delegado coordenador do Procarga, Waldomiro Milanese.

Na capital, as zonas Leste e Sul são as que registram o maior número de roubos de cargas. Muitos caminhões trafegam com sistema de rastreamento por satélite para que seja possível localizar a carga em caso de roubo. Mas, segundo a polícia, os criminosos já têm equipamentos que bloqueiam o sinal.

Fonte: G1

Além do problema da infraestrutura da malha rodoviária no país, a segurança nas estradas está ficando cada vez mais preocupante.





Trecho de rodovia japonesa reconstruída em seis dias

24 03 2011

É incrível a rapidez com que foi reconstruído um trecho de uma rodovia no Japão que foi destruída em consequência do terremoto do dia 11 de março que, juntamente com um tsunami, assolou parte do país e o colocou em alerta de uma tragédia radioativa.

A empresa responsável pela manutenção da rodovia em Naka, na província de Ibaraki, recuperou um trecho de 150 metros que faz ligação com a capital Tóquio.

A foto abaixo mostra o trecho destruído após os temores:

Trecho destruído após os tremores

A imagem abaixo mostra como ficou a estrada após ser reconstruída:

Trecho reconstruído em apenas seis dias

Apesar da tragédia, e o risco de um desastre nuclear, o Japão já mostra indícios de recuperação. Um país que já sofreu com guerras e desastres naturais, e sempre se recuperou, novamente mostra ao mundo a força de vontade e garra desse povo.





Pallet, essencial para o fluxo logístico.

28 02 2011

Um dos itens mais importantes da logística, utilizado na armazenagem e transporte é o pallet (ou palete). O pallet é uma plataforma com medidas específicas e feito utilizando, em maior parte, a madeira como matéria-prima. Hoje, com a preocupação ambiental, vemos pallets feitos de plástico e até de metal, para evitar o corte de árvores, mesmo que de reflorestamento. Muitos pallets são reutilizáveis, o que proporciona um ciclo de vida maior e mais sustetável.

O pallet pode ser utilizado para a unitização de diversos tipos de produtos e facilita o transporte, manuseio e armazenagem deste produtos e reduz o tempo destas operações.  Mas é necessário que a empresa tenha estrutura e equipamento necessário para manusear os pallets. Para a movimentação do pallet é necessário o uso de empilhadeiras e transpaleterias (manuais ou elétricas) que encaixam os garfos nas aberturas do pallet e as utilizam para a suspensão do mesmo. Os pallets são armazenados em estruturas porta-pallets.

Os pallets são utilizados em carregamentos de cargas em caminhões ou containers. É necessário que seja emitida uma nota fiscal especificando a quantidade e valor dos pallets transportados para garantia caso ocorra perda e seja requerido ressarcimento. O valor dos pallets pode ser acrescido ao preço do produto caso não ocorra a devolução dos mesmos.

Atualmente, as empresas não precisam ser proprietárias de pallets, pois há prestadores de serviços que alugam pallets, na quantidade e momento requerido pelo cliente. É sempre essencial, na contratação destes serviços, analisar o contrato para definir quais responsabilidades de cada parte.

Para administração e controle dos pallets, código de barras são utilzados para constar informações do proprietário, produto, destino, entre outras informações de determinado pallet.

Os principais tipos de pallets são:

Pallets descartáveis (Oneway):

Larga utilização na industria, baixo peso e custo, geralmente construídos em 'pinus' e projetados a partir de peça que será movimentada. O nome "oneway" é pelo fato de não ser reutilizado depois do primeiro uso.

Pallets comun:

Maior resistência e capacidade de carga, ótimo custo-beneficio, geralmente são fabricados de acordo com as dimensões exigidas pelo cliente. Podem ser utilziados mais de uma vez.

Pallet PBR:

 

Introduzido no mercado em 1990 pela Abras e entidades que fazem parte do Comitê Permanente de Paletização (CPP), com a assessoria do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo (IPT-USP), depois de vários anos de testes e ensaios, o pálete padrão PBR é o modelo ideal para a movimentação e armazenamento de mercadorias no Brasil. Com a padronização da medida, em 1,00 x 1,20m, e da estrutura de construção, pela primeira vez passou a ser economicamente viável a manutenção de estoques de pallets para venda futura.

Pallet plástico PBR dupla face:

Pallet de plástico. Alternativa para o pallet de madeira.

Transpaleteira manual:

Transpaleteira elétrica:

Empilhadeira carregando um pallet com tambores:

Pallet sendo colocado em posição numa estrutura porta-pallet:

Estrutura porta-pallet:

É importante destacar que o operador de empilhadeira tenha experiência e prática no uso do equipamento, pois é comum um operador errar a colocação dos garfos da empilhadeira e danificar o pallet.

O pallet, apesar de parecer simples, continuará por muito tempo sendo essencial para o fluxo e armazenagem produtos entre os elos de uma cadeia de abastecimento.

Rodolfo Luiz Alvarenga





Belas imagens de ferrovias e locomotivas

23 10 2010

Gostaria de compartilhar com todos este link http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=863197 que apresenta belas imagens de ferrovias e locomotivas pelo mundo. As fotos estão ótimas.





As estradas mais bonitas do mundo

7 10 2010

O site Cars Route fez uma seleção das estradas mais incríveis do mundo. Escolhemos algumas para mostrar aquelas que impressionam ou por sua vista ou pelo trajeto desafiador e cheio de curvas.
Muitos caminhos são pouco movimentados dado o grau de dificuldade para completá-los ou a distância dos grandes centros urbanos. Veja a lista abaixo:

10. Autoestrada Overseas, Florida Keys (EUA)

A autoestrada foi construída para fazer ligação entre o grupo de cerca de 1.700 ilhas ao sul dos Estados Unidos, chamado Flórida Keys. A maior porção de sua extensão fica sobre o mar e tem uma vista incrível.

9. Iroha-Zaka, Japão

Esta rodovia sinuosa é composta de uma pista para subida e outra para descida, ambas com 48 curvas muito fechadas. Cada uma das curvas recebeu o nome de uma letra de um alfabeto antigo japonês, começando com a letra i-ro-ha. Era muito usada por monges budistas para peregrinação.

8. Rodovia Atlântica, Noruega

A estrada foi escolhida como a construção norueguesa do século e como um dos trajetos do mundo por publicações especializadas. Com oito quilômetros de extensão, liga as cidades de Molde e Kristiansund. Com varias elevações, em alguns momentos dá a impressão de acabar no nada e é cercada por um cenário impressionante.

7. Oberalp, Suíça

A passagem entre os Alpes tem uma vista incrível. Mas só é aberta durante o verão, por causa da forte cerração que cai sobre ela nos meses mais frios do ano e impede a visão dos motoristas. Mas não pense que ela fica inutilizada, vira uma pista de esqui, tobogã e até caminho para escalada.

6. Camino a Los Yungas (ou “estrada da morte”), Bolívia

Com quase 70 km de extensão, esta perigosa estrada conecta as cidades de La Paz e Corioco. Yungas não tem grade de proteção, e a chuva e neblina, comuns na região, atrapalham a visibilidade dos motoristas. Com uma estatística de cerca de 300 mortes ao ano causadas por acidentes, hoje ela é pouco usada, mas é mui geralmente é procurada por quem anda em busca de aventuras.

5. Túnel Guoliang, China

Construída por 13 moradores do vilarejo local, esta estrada foi escavada nas rochas da montanha Taihang e inaugurada em 1977. Tem mais de 30 “janelas” que proporcionam entrada de luz no caminho. Tem 1.200 metros de comprimento, cinco metros de altura e quatro de largura.

4. Estada de Los Caracoles, Chile e Argentina

O caminho sinuoso que passa pela Cordilheira dos Andes não conta com grades de proteção. Com muitas curvas inclinadas, a estrada fica coberta de neve em grande parte do ano, o que a torna ainda mas desafiadora.

3. Estrada da Montanha Jebel Hafeet, Emirados Árabes Unidos

Com uma extensão de quase 12 km sobre uma montanha de 1.219 metros de altura, a estrada impressiona pela beleza do deserto. O caminho, que mistura retas para alta velocidade e boas curvas é um convite para quem gosta de dirigir. Ela termina em um local com apenas um estacionamento, um hotel e um palácio.

2. Rodovia Lysebotn, Noruega

Mais uma representante norueguesa, esta estrada contém 27 curvas fechadas, 1,1 km de túnel e fica na cidade de Lysefjord. Com um superfície perfeitamente lisa, é uma das estradas mais divertidas desta lista.

1. Estada Stelvio, Itália

Localizada nos Alpes italianos, é uma das estradas com maior altitude da região, com 2.757 metros acima do nível do mar. Tem 48 “zigue-zagues” inclinados entre as montanhas e desafia a habilidade do motorista em um cenário fantástico.

FONTE: GALILEU





Imagens interessantes do transporte rodoviário

21 09 2010

Recebi as imagens abaixo por e-mail e achei que são interessantes para serem compartilhadas. As imagens mostram os transportes de cargas de grande volume transportadas pelo modal rodoviário. Não sei de qual país são essas imagens, mas com certeza é de algum do continente europeu.





Construindo uma ferrovia

20 08 2010

Vídeo muito interessante mostrando como se constrói uma ferrovia usando maquinário tecnológico. A velocidade é impressionante! Alguém deveria mostrar esse vídeo aos políticos do nosso país.





São Paulo tem o 6º pior trânsito do mundo

2 07 2010

São Paulo – A cidade de São Paulo tem o sexto pior trânsito do mundo, de acordo com uma pesquisa feita pela IBM. O estudo Commuter Pain, divulgado nesta quarta-feira (30), reuniu avaliações de 8.192 motoristas de 20 cidades em cinco continentes, ao longo de dois anos.

À frente da capital paulistana no inglório ranking estão cidades como Johanessburgo (África do Sul), Moscou (Rússia) e Nova Delhi (Índia). A cidade chinesa de Beijing é a primeira colocada, com as piores condições de tráfego. Em São Paulo, 61% dos motoristas entrevistados acha que a situação do trânsito piorou muito nos últimos três anos.

Este resultado, de acordo com a pesquisa, se torna visível não apenas nas ruas: 55% dos paulistanos que enfrentam o trânsito no dia a dia afirmaram que, de alguma forma, as más condições de tráfego afetaram sua saúde, aumentando os níveis de estresse e raiva.

Os prejuízos à saúde são mais bem compreendidos quando se leva em conta outros aspectos do estudo. Em São Paulo, 45% dos motoristas relataram que já alteraram planos de viagens ou férias pensando nos problemas que enfrentariam nas estradas e rodovias.

A IBM perguntou a todos os motoristas participantes o que eles fariam se o tempo de deslocamento diário no trânsito diminuísse. Cerca de 50% deles disseram que passariam mais horas com a família e com amigos. Outros 44% afirmaram que se dedicariam a atividades físicas.

Para 52% dos motoristas paulistanos, tanto o estresse quanto o tempo gasto no trânsito poderiam diminuir se o governo investisse na melhora dos transportes públicos.

Fonte: EXAME





As novas regras da Anac

16 06 2010

Imposta com o objetivo de assegurar direitos de passageiros, nos casos de atraso, cancelamento, interrupção de voo e venda de passagens acima da capacidade da aeronave, a resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que entrou em vigor no último domingo, não deverá mudar tão cedo a realidade dos aeroportos brasileiros. Entre outros motivos porque muitos dispositivos da resolução se limitam a reproduzir – com sanções um pouco mais severas – regras já previstas pela legislação que disciplina o funcionamento das companhias aéreas e pelo Código de Defesa do Consumidor. E, quanto às regras efetivamente novas, algumas são de difícil aplicação, pois pressupõem uma disponibilidade de voos que as companhias aéreas brasileiras nem sempre podem oferecer.

A resolução foi prometida pela Anac em dezembro de 2007, quando o País sofria as consequências do apagão aéreo que fora deflagrado em setembro do ano anterior pela queda de um Boeing da Gol em Mato Grosso, depois de colidir com um jato executivo. O acidente provocou um confronto entre os controladores de tráfego aéreo e o Comando da Aeronáutica, o que acabou levando a um “apagão aeroportuário” num período de festas.

Pela resolução da Anac, quando não houver assentos livres em voos da mesma companhia, por causa da prática de overbooking, ela deverá reacomodar o passageiro em outras companhias. Essa será uma medida de difícil implementação nos aeroportos menos movimentados. A resolução também obriga as companhias a oferecer transporte alternativo, como ônibus e vans. Isso também tem pouca valia num país continental, onde as distâncias são grandes. Se o passageiro desistir da viagem, a companhia terá de reembolsar no ato o valor integral da passagem. As regras também valem para o passageiro que perder conexão, por causa de atraso em voo anterior.

Nos voos com atraso superior a uma hora, as companhias aéreas deverão oferecer facilidades de comunicação ao passageiro. Quando o atraso for superior a duas horas, as empresas terão de oferecer alimentação adequada. E, quando o atraso for de quatro horas, deverão providenciar acomodação em hotéis. Estas regras já estavam em vigor, mas valiam somente para os passageiros não embarcados. Agora, elas também valem para quem espera dentro de um avião.

Pela resolução, as empresas aéreas têm de informar por escrito o motivo do atraso e a previsão de saída e também devem divulgar os direitos dos passageiros. Caso não cumpram as normas da Anac, estarão sujeitas a multas que vão de R$ 4 mil a R$ 10 mil por ocorrência – sem contar as sanções administrativas que poderão ser aplicadas pelos órgãos de defesa do consumidor e as ações cíveis de indenização por danos materiais e morais.

Entre fevereiro de 2009 e fevereiro de 2010, as autoridades áreas registraram cerca de 79.616 voos cancelados ou com atraso superior a uma hora. Isso representou cerca de 9% do total de decolagens programadas nos 67 aeroportos administrados pela Infraero no período, entre voos nacionais e internacionais. E, por causa do grande número de passageiros afetados por problemas desse tipo, os registros de reclamações também são altos. Entre janeiro e maio deste ano, mais de 4 mil pessoas procuraram a Anac para reclamar de atrasos, de cancelamentos de voos e de overbooking em voos domésticos.

Apesar das novas regras, os especialistas em defesa do consumidor não esperam avanços nos aeroportos a curto prazo. Segundo eles, a maioria esmagadora dos passageiros ainda não conhece seus direitos e a maneira como a Anac divulgou sua resolução foi deficiente. Além disso, por repetir o que já estava previsto na legislação do setor aéreo, a resolução tão cedo não mudará a maneira por vezes desrespeitosa como as empresas aéreas tratam os passageiros. Já o presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo, Cláudio Candiota Filho, considera “inacreditável” que a agência regulamente uma prática que reputa ilegal: reservar lugares que não estão disponíveis e vender passagens em excesso.

Fonte: O Estado de S. Paulo